quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Valsa:

Bom gente, A Valsa foi minha tentativa frustrada de escrever um livro. A narrativa chegou a ter cerca de 40 páginas, mas o destino resolveu dar fim no arquivo, então apenas sobraram 10 paginas do primeiro capítulo.

Bom, para dar uma movimentada nesse blog paradão, semanalmente postarei um trecho da narrativa até completar as 10 páginas que eu consegui resgatar garimpando entre manuscritos e textos apócrifos.

Gostaria ( se é que alguém realmente lê esse bendito blog) que vocês comentem a medida que eu for postando pra ver se me animo a retomar a escrita, pq convenhamos, perder 30 páginas de dedicação é uma facada na costela..

Cya..

Edit: N é do primeiro capítulo, é de uma etapa mais adiantada, as partes que tenho do primeiro capítulo estão muito cheias de furos, pois tive que coletar os textos que foram escritos separados ou em pedaços de papel. De qualquer sorte, como foi exatamente por essa parte que comecei a escrever n será problema.

Expressão (texto resgatado do finado imaginário especialmente para as eleições)



Eu costumo me questionar, apesar de realmente não gostar de debater a política, sobre todas as coisas que vêm acontecendo principalmente no cenário político, brasileiro. Realmente não me interesso por politicagem gringa e se quiserem me chamar alienado, sou grato pela lembrança.
Uma coisa é de se pensar sobre tal questão, estamos vivendo uma período político conturbado, marcado por uma formação governista medíocre, e de uma esquerda de virilidade questionável. Observamos toda a dinâmica, todas as familiares falcatruas, corrupções, desentendimentos, e palhaçadas públicas, penso que isso sempre existiu, sempre irá existir e de fato é necessário e gostaria realmente que esse fosse o grande problema da gestão pública em nosso pais, pois de fato esse constitui-se como o menor deles. A parte receitas 
milionarias de um pais de dimensões continentais, que diga-se de passagem arranca de seus contribuintes uma fatia farta e sorridente de seu honrado suor, convivemos com uma politicaassistencialista débil e uma cultura massificada da contravenção.
Nossa política é necessariamente produto de nossa 
própria concepção de estado, que diga-se de passagem não existe a talvez uns 40 anos, talvez tenha morrido junto com a bala que talvez tenha sido a figura marco na representação de um estado forte. A própria evolução da noção de estado, construída sob as bases neoliberalistas, formalizou a noção de um estado mínimo, agregada ao regimento de que, deve-se contemplar a população por sua noção de identidade e liberdade de escolha. Bem, até ai nada de mais, mas como podemos observar mesmo sem muita pespicacia, uma grande virada de mesa aconteceu recentemente no cenário político nacional, sabe-se lá como, a lógicaneoliberalista, construiu-se como uma quimera, onde o valor da livre estada do cidadão metarmorfoseou numa noção deturpada que se apropria das mais toscas idéias acerca do corporativismo e sindicalismo, adiciona-se ai uma pitada de ausência de políticos fortes, temos exatamente a motivação nacional, baderna.
O que se poderia imaginar sobre um povo que, aparte aos próprios direitos, declama manifestações pura e simplesmente por deboche, pois é isso que de fato acontece, estou 
exatamente reduzindo a perspectiva para o lugar onde vivo, que ultimamente vem sendo agraciado de inúmeras fanfarras sindicalistas e corporativistas das mais variadas estirpes, motivados provavelmente pela coleçãooutono inverno, estão provocando o caos, sob a bandeira da defesa dos direitos trabalhistas na maioria dos casos dentro da ilegalidade. Não existe controle, já que cabe ao governo intervir, tanto de maneira administrativa como coercitiva, mas não podemos deixar de lembrar que não existe um governo, e também não se pode perder de vista o corporativismo, logo ocorrem movimentos, pois o governo não exerce função, que não são coibidos pois os poderes, corporativistas diga-se de passagem, regem a seus próprios interesses, sendo eles prejudicados tanto pela falta de atitude do governo como pela descrença da população, então tudo deixa de funcionar, pois se pensarmos em uma visão mais sistêmica, é assim mesmo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Astrometrics

Existe no espaço sideral um fenômeno raro e tão misterioso quanto a própria humanidade, esta anomalia cósmica é conhecida popularmente como um “Buraco Negro”.


O Buraco negro é, segundo a ciência trata, um fenômeno gravitacional que ocorre em determinadas condições muito singulares do cosmos, ou seja, pode-se dizer um espetáculo de rara beleza. Uma curiosidade sobre esse magnífico fenômeno é que tal anomalia só pode ser detectada justamente pelo fato de não poder ser vista. Como?


O universo é banhado por uma gama incomensurável de matéria e energias que eu, um leigo não gostaria de me atrever a pronunciar, mas uma delas é de nosso conhecimento e é nela que me agarrarei. O universo é constantemente banhado por luz, digo radiação emitida por todas as estrelas que compõem essa imensidão cósmica, bom, podemos pensar então que todo o universo é banhado por luz mesmo que não possamos ver com nossos próprios olhos, bem, todo o universo é banhado por essa radiação, menos um. Onde Supostamente existiria algo, os telescópios e radiotelescópios n conseguem captar radiação, ou seja luz. Ai se supões estar o tal buraco negro, um lugar onde existe todo o universo visível menos um. É aqui que encontramos a beleza e o mistério pelo qual o buraco negro é motivo de tanta admiração, sua força gravitacional é de tamanha magnitude que até mesmo as partículas de luz, partículas que julgamos ser as mais rápidas conhecidas, são tragadas pelo campo desta anomalia, a resultante disso é uma mancha negra no espectro de radiação do cosmos. Foi assim que os astrônomos começaram a suspeitar a existência dos Buracos Negros.


È um pensamento peculiar imaginar que os grandes mistérios da humanidade rodeiam sempre uma simples ausência, é de se questionar, “por quê nós humanos somos tão fascinados por algo que é em si a personificação da materialização ausência? A personificação do nada?”


Me questiono agora sobre a verdade dos cientistas, apesar de não ser possível quantificar nem realmente comprovar a existência de tal fenômeno, a humanidade dedica-se arduamente em estudar tais pontos de nada sejam eles do próprio universo, sejam eles da natureza do ser.


Tal qual seu próprio mistério, a humanidade deleita-se em especulações a respeito da real natureza de uma entidade que tem como principal propriedade, isso é observável pela ausência de luz, engolir qualquer coisa que ouse se aproximar demais. Ai fica uma questão: Será essa uma busca por um saber supremo? Será esse o lugar onde se encontra toda a sabedoria do universo?


Fico imaginando qual seria a beleza de poder ver de perto tal entidade, um prodígio, capaz de realizar façanhas inalcançáveis e ao mesmo tempo fadado a engolir a tudo. Ai me atenho a um ponto, tal criatura tão bela tão divina, é ao mesmo tempo um devorador, como uma sereia que atrai os marinheiros para os rochedos com seus encantos, essa entidade seduz-nos a uma busca que culminara numa passeada sem retorno ao nada.


Penso essa entidade presa em seu próprio mistério, ela é produto e produtora de sua própria escuridão, tão amante da luz e dos iluminados quanto jamais foi nenhuma outra. Seria ela uma entidade inconsciente de sua tarefa? Imagino o como seria essa criatura que permanece, pela sua não existência, condenada à escuridão, condenada a guardar segredos que são desejados por aqueles que almejam ser traídos. Um dia talvez, possa existir algo ou alguém capaz de combater infinita força de atração que engole tudo, assim me pergunto se algum dia algo poderá desvendar tais segredos.


Acredito que não existe forma de saber, enquanto isso, essas entidades feitar de nada continuarão a engolir tudo em busca daquilo que poderá então, resistir a tal força. Tão solitária será tal entidade até encontrar aquilo que lhe escapará levando com sigo todo o mistério que atrai a todos, enquanto esse dia não chega tal entidade delicia-se com as tentativas alimentando-se da luz que carregam os curiosos, absorvendo tudo o que se atreve a passar perto o suficiente, almejando que algum dia algo possa escapar, e ao mesmo tempo lamentando-se daqueles que não ousaram chegar tão perto mas perderam o rumo por tentar e assim vagam pelo cosmos.


Existem homens que são como buracos negros, eu considero esses homens os grandes homens de gênio, penso que talvez entenda o fardo que carregam essas entidades. São compostas de nada, seu centro é o nada os que gravitam ao seu redor, os curiosos espantados e admirados com sua beleza espreitam furtivamente, talvez como sentinelas deliciando-se daqueles que ousam tentar ver mais de perto a beleza. Os poucos audaciosos que tentam contemplar tal entidade, quando são corajosos demais são devorados por sua força, quando não o são, são desviados de seu trajeto e condenados a vagar eternamente na vastidão do cosmos.


Penso que essas entidades, tanto os buracos negros quanto os homens de gênio vivem a essência do nada, são fadados a experimentar o viver de expectativas, da culpa e dea compensa de ser aquele que é o centro do nada, ao mesmo tempo tão irreal ao mesmo tempo tão ameaçador, só resta então, o segredo.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vida

Agente vai na escola
pra ver o professor falar
é tanta coisa nova
mas tem uma vida lá fora
querendo passar

Agente vai pra casa
pra poder descançar
senta, come, faz a lição
agente faz, não pode errar

Agente vai no outro dia
lição pronta, vamo avaliar
"menino, agente junto só James bond"
é o que vai ser pra suportar

Agente vai no castigo
quadro e giz, labutar
"A gente é separado, não pode mais errar!"

"A gente" vai pra casa
pra poder descançar
é tanta coisa nova
mas pra ver a vida la fora
"A-gente" sonha...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Círculo (FULL CIRCLE)

Outra vez, uma nova jornada
E eu, agora encarando meu próprio destino
Não andarei mais em círculos

Fosse mudança que nunca chega
Fosse amor que nunca termina
Fosse eu após o fim...

É sentimento, tão inseguro
Tão infiel a mim
Me assusta...

Dúvida, Dúvida, Dúvida...

Mas hoje a fala muda
E o caminho agora é pleno
Essa vida nunca mais verá
Um EU andando em círculos
Novamente

Divindade

A ela que não sabe aquilo que sou
A quem meus olhos não mostram em diamantes raros
Tudo aquilo que senti, queria expor em alto e vasto gosto
Ó diva de altivos gestos, de olhar singelo, sopro de amar

Se minh’alma sente aquilo que da fantasia sopra ao meu sonhar
Teu corpo cede suave em ondulado e terno toque a irradiar
Do sol tomo um pouco da energia, olhar-te é sagrado se tu foste estrela minha
Quando profano, faço o sonho tomar vida
Desponta como mastro, estandarte do querer
Minha profunda sedução.

Dominado, como Nau em tempestade
Continuo e divagar em letras tortas, de versos banais
Sobre todas minhas odes, homenagens de um que é de sorte
Medíocre poeta

Ode ao fracasso do Ser.

          O trabalho do enfermo, declama o percurso da cura, do sofrimento a que é submetido o sujeito, esse é decorrente das enfermidades creditadas ao nome de moléstias da alma, das quais, o homem compreende e compromete-se numa busca de impossível porém necessária paz, onde a angustia do louco possa se aportar naquela em que se faz, em suas verdades, a realidade.
O estudo daquilo que me convence ser a mente, se firma na vista de que, faz-se necessário entender o que se diz enfermo, e muitos destes estudos compreendem a manipulação de um corpo que em sua fisiologia, manifesta “um para além do corpo”. A psicologia é fruto do saber sobre o homem que impregnado no mundo, aplica e desvela a conduta dele sobre ele mesmo, busca tratar aqueles que não são do homem a normalidade, e junto ao compromisso de tratar o necessitado, alia-se à ciência em busca do sanar da dor do corpo, e também do espírito.
Dessa urgência de curar a dor, a ciência escreve sobre linhas de gráficos estatísticos, neurotransmissores, estímulos e cognições um sujeito aparte, diferente em tese daquele pensado por Platão e Descartes, sujeito esse, sem marcas, apenas produto de soma, constituído de dados, capacidades agregadas a uma entidade que ainda humana é forjada em sua forma opaca destituído do direito ao sofrimento, conseqüência disso, do direito a uma existência. Hoje, este mesmo homem, desfeito em sua dor, medicado, modelado e devidamente programado, esqueceu-se de onde vem a origem de sua essência, essa que é ou talvez tenha sido um dia, produto de suas primeiras indagações antes mesmo que sua fala pudesse pronunciar aquilo que se arranja em sílabas, o significado das coisas.
Cabe então a denúncia a um resgate que apesar de estar sendo feito, é difamado e desacreditado de sua importância, a própria cultura da cabo de envaidecer o homem que a revelia de sua paixão, domina a razão da molécula, destratando a si como existência. Negando o pleno exercício do desejo, a sociedade chicoteia-se em marcas, essas não mais moldadas do símbolo, escritas no real do corpo, no brilho ou na doença que, deposta do seu próprio posto de mazela da alma, recebe marcas de um saber de maestria daqueles que por paixão ao homem feito do homem persistem em dar nomes ao sujeito. Esses nomes não mais convidam o homem a olhar pra si, esses nomes apenas convidam a negar o sofrer, pois o corpo do homem feito do homem, é uma máquina que sendo ela perfeita, deve manter-se estável mesmo que signifique essa normalidade uma perda da identidade.  ( MIRANDA, 2009)